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Publicado em 19-Dez-2017 às 16:09

Crédito Agrícola volta a colher inovação nacional

O Crédito Agrícola e a INOVISA voltaram a provar que é possível inovar mais e melhor no nosso país nas áreas da agricultura, agro-indústria e floresta e premiou os seis melhores projectos.

 

Nas categorias Cereais, Floresta, Hortofruticultura, Produção Animal, Inovação em Colaboração e candidatura promovida por Associado do Crédito Agrícola, voltou-se a premiar a inovação dos empreendedores nacionais nas áreas da agricultura, agro-indústria e floresta. No passado dia 12 de Dezembro, no Auditório do Pavilhão do Conhecimento, decorreu a cerimónia de entrega do Prémio Empreendedorismo e Inovação do Crédito Agrícola. O Crédito Agrícola entregou 30 mil euros em prémios aos seis projectos e entidades que se destacaram entre as cerca de 80 candidaturas recebidas.

A 4.ª edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação do Crédito Agrícola, em parceria com a INOVISA, “foi um êxito em linha com as edições anteriores”, assumiu Carlos Courelas, presidente do conselho geral e de supervisão do Crédito Agrícola. De acordo com este responsável, a aposta na agricultura é um alento para a criação de emprego e riqueza em regiões desertificadas, pelo que é imprescindível que os empresários tenham ao seu dispor soluções de financiamento adequadas às suas necessidades. “É importante encorajar o aparecimento de projectos inovadores fundamentados em ideias realistas que possam apoiar o desenvolvimento da actividade agrícola e sectores afins”.

Licínio Pina, presidente do conselho de administração executivo do Crédito Agrícola, confirmou que “valorizar” o empreendedorismo no sector agrícola contribuindo para a inovação e competitividade das fileiras agrícola, agro-industrial e florestal tem sido sempre a postura do Crédito Agrícola. Para este responsável é de saudar o facto de os vencedores do prémio serem jovens e de as próprias iniciativas de inovação candidatas partilharem desta juvenilidade nas tecnologias e nos modelos de negócio que integram e que se propõe a desenvolver, a partir daqui. “Fazer agricultura com tecnologia é real e este prémio é um pequeno contributo para que os projectos tenham sucesso e consigam atingir os seus objectivos”, afirmou Licínio Pina.

 

A agricultura é uma actividade de prestígio

A inovação está definitivamente na vanguarda da agricultura e disso o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, não tem dúvida. O facto é que a inovação tem contribuído para o crescimento de muitos sectores, sendo a agricultura um deles e o crescimento das exportações nesta área é o maior reflexo dos investimentos que têm sido feitos com sucesso nas fileiras da agricultura, agro-indústria e floresta. “A agricultura é hoje uma actividade de prestígio e o melhor indicador deve-se ao que foi possível realizar em termos de formação, atitude de mercado ou de ultrapassar as barreiras à exportação. Nada disto seria possível sem investimentos no sector, sem fundos comunitários, mas sobretudo sem introduzir inovação e competitividade no sector”, sustentou Capoulas Santos.

O ministro explicou que em dois anos de governo os principais objectivos nesta área estão alcançados, com a garantia de que houve uma boa execução dos fundos comunitários, que se concretizou em mais de 1.500 milhões de euros e em mais de 20 mil projectos contratados. Ainda assim, Capoulas Santos diz haver “apetência” para mais investimentos e admitiu estar a ser estudada uma forma de encontrar alternativas de financiamento junto das instituições bancárias.

A internacionalização continuará, a par com a inovação, a ser estratégica para sustentar o crescimento destes sectores, com os resultados já alcançados a servirem de exemplo para justificar este posicionamento. Os 41 novos mercados em que entraram com produtos agrícolas abriram as portas para mais de 133 produtos portugueses e o ministro quer que este fluxo continue a aumentar, para que desta forma o sector continue a ter níveis de crescimento com cifras interessantes.

Na mesma medida em que o Ministério está concentrado em reformas que lhe permitam assegurar a sustentabilidade e competitividade do sector, nomeadamente ao nível da floresta e do regadio, Capoulas Santos voltou a afirmar que há espaço para continuar a inovar e incita a que se continue a partilhar e a premiar os bons projectos.

Foi o que o Crédito Agrícola e a INOVISA fizeram ao entregarem pela quarta vez os prémios Empreendedorismo e Inovação. Um investimento que fazem num sector que segundo, Luís Mira da Silva, presidente da INOVISA, “está a enfrentar uma grande transformação”. O responsável fez um breve balanço da iniciativa que desenvolve há quatro anos em parceria com o Crédito Agricola e que já soma cerca de 50 projectos premiados e mais de 130 mil euros entregues. Ainda assim relembrou que o investimento é mais do que valores, “é a disseminação dos projectos e o potencial que se cria para estes mesmos projectos”.

 

Quem são os seis premiados?

Entre 80 candidaturas recebidas, o júri do prémio escolheu as seis que se destacaram em cada uma das quatro fileiras definidas e as duas vertentes de entidade e projecto. No total, foram atribuídos 30 mil euros.

Na fileira dos Cereais, o prémio foi entregue à MATTER, e nos seus projectos de inovação focados na reutilização de resíduos de produção. Na fileira da Floresta o vencedor foi a ADAI, Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial que arrecadou os cinco mil euros, propondo-se a levar mais longe o seu projecto de protecção activa contra incêndios em zonas rurais e na interface urbano-florestal. No próximo ano, o responsável da empresa garantiu que existirão novidades e uma nova entidade comercial que sustentará o desenvolvimento do modelo de negócio associado ao projecto, levando esta tecnologia para o mercado.

Na categoria Hortofruticultura, o prémio foi atribuído à BIOVIVOS, uma empresa que produz e comercializa três variedades de plantas comestíveis – ervilha, girassol e erva de trigo. Um projecto que o responsável da empresa garantiu ter um impacto significativo na saúde das pessoas e na alimentação sustentável.

A SCROFATECH foi a entidade distinguida na fileira de Produção Animal, com os sistemas inteligentes de apoio à gestão de explorações de suinicultura. Os responsáveis sublinharam que o projecto conta já com sete anos de investigação e desenvolvimento e que este prémio reconhece o trabalho que foi feito até aqui.

Já na categoria projecto Inovação em Colaboração, o GREENTASTE foi o vencedor entre 34 outras boas ideias para o desenvolvimento das várias fileiras. Com a indústria do tomate como pano de fundo, o responsável pelo projecto deixou claro que o potencial da ideia é notável, tendo em conta não só a expressão exportadora do sector em causa, que representa actualmente cerca de 98% do volume da produção. Segundo ele, este prémio de 5.000 euros é mais do que um simples reconhecimento, é um ponto de partida para mais inovação.

Por último, o prémio de reconhecimento especial para a candidatura promovida por Associado do CA foi atribuído ao projecto LUSARROZ. Ao receber o prémio, uma das responsáveis do projecto congratulou a equipa de desenvolvimento por terem tornado possível que, após 30 anos sem uma semente nacional de arroz, esta seja novamente sustentável, não numa, mas em duas variedades diferentes. Um trabalho que a responsável diz ser um excelente exemplo de investigação agrícola, principalmente para um país que é o maior consumidor de arroz da Europa.