Premiamos quem faz o mundo avançar

Publicado em 17-Dez-2019 às 12:55

Mais empreendedorismo, melhor inovação

O que de melhor se faz ao nível da investigação, inovação e empreendedorismo ao serviço do setor agrícola foi distinguido durante a sexta edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola.
Um olhar rápido ao setor agrícola, agroalimentar e florestal permite concluir que são atividades com uma grande relevância económica e social, dado o seu contributo para o PIB, para o emprego e para a fixação de população em todo o território nacional. Espreitámos os trabalhos e conhecemos os protagonistas vencedores das diferentes categorias.

Produção, Transformação e Comercialização
Vencedor: ChestWine
Recorrer à flor de castanheiro como conservante natural e totalmente isento de toxicidade para o vinho, em substituição dos sulfitos adicionados, é a premissa do trabalho desenvolvido por via do projeto ChestWine.
Lillian Barros, que integra o projeto, explica que “cada vez mais os consumidores procuram substituir os sulfitos por outro ingrediente”, bem assim como “os produtores de vinho”. Ora, o ChestWine é um projeto inovador por “trazer um novo ingrediente aos produtores não só a nível nacional como também internacional”.
A atribuição deste prémio vai permitir “avançar mais com os estudos de investigação” por forma a ser possível “pôr o produto no mercado”. Lillian Barros acredita que “o prémio é também um grande reconhecimento da inovação desta investigação que já se faz há largos anos e todo o mérito é da professora Isabel Ferreira, a grande mentora deste projeto”.
Os próximos passos passam pela experimentação mais alargada em diferentes tipos de vinhos para testar se o conservante natural à base de flor de castanheiro pode ser usado em todas as tipologias de vinho.
Mais informações em esa.ipb.pt/biochemcore/

Desenvolvimento Rural
Vencedor: Forest Supervisor
Numa altura em que os fogos florestais estão no centro das preocupações em Portugal e um pouco por todo o mundo, o projeto Forest Supervisor vem ajudar ao nível da deteção de fogos florestais. Trata-se de um sistema que analisa variáveis como a temperatura, a humidade, o CO2, a direção e a velocidade do vento.
Por via de sensores de inteligência artificial espalhados ao longo da floresta, torna-se possível detetar e prever fogos 24 horas por dia durante os sete dias da semana. João Ladeira, da Forest Supervisor, explicou que “os dados são analisados por algoritmos de inteligência artificial nos computadores da empresa e permitem rapidamente detetar um incêndio”.
Receber este prémio vai “ajudar no reconhecimento externo, permitindo acelerar um pouco o trabalho”. Esta visibilidade nacional “traz também uma responsabilidade acrescida ao Forest Supervisor, numa altura em que estamos muito empenhados em proteger a nossa floresta”, refere João Ladeira.
O futuro passa por “adquirir mais clientes para fazer mais pilotos”. Atualmente, o Forest Supervisor está já ativo, em projeto-piloto, na serra de Sintra “e vão começar outros em Valongo e Portalegre”.
Mais informações em https://ladsensors.com/

Inovação em Parceria: Grupos Operacionais
Vencedor: Waste2Value
O Waste2Value foi o projeto vencedor na categoria “Inovação em Parceria: Grupos Operacionais”. Trata-se de permitir a valorização de subprodutos da atividade agrícola através da produção de alimentos compostos para animais, plásticos biodegradáveis e tratamento de efluentes animais.
Este trabalho surge numa altura em que o mundo está cada vez mais preocupado com questões ambientais e de sustentabilidade. Criou-se, nesse sentido, um consórcio a nível da região centro entre empresas e universidades, por forma a estudar o aproveitamento que se pode fazer dos recursos da agricultura e das empresas.
Guilherme Almeida acredita que este prémio do Crédito Agrícola “é muito importante porque veio num contexto muito atual em que se fala muito das questões ambientais e de sustentabilidade” sendo que vai “responsabilizar ainda mais para continuar o trabalho que é preciso fazer junto das empresas que produzem os resíduos, promovendo o seu aproveitamento para uma série de questões que são fundamentais”.
O futuro passa por alargar este piloto da região centro a outras regiões do país, incorporar mais empresas na valorização dos seus subprodutos e poder criar produtos com valor acrescentado não só no mercado nacional, mas também no mercado externo.
Mais informações em http://waste2value.pt/

Reconhecimento Especial para Associado do Crédito Agrícola
Vencedor: Arouca Agrícola
Arouca é um território com valor muito significativo ao nível do seu património cultural e natural. Nesse sentido, André Fontes explica que se está a trabalhar “numa nova linha biológica que visa o desenvolvimento da agricultura biológica no concelho”.
Todos os produtos que estão nesta rede de produtores contam com selo associado à produção biológica de responsabilidade ambiental e social. Os produtos são escoados essencialmente para escolas, IPSS, restaurantes, eventos no concelho “e diretamente ao consumidor final através de loja que existe no centro da vila”.
“Com este prémio, o que se prevê é que exista um investimento em premissas como o desenvolvimento maior da agricultura biológica no concelho e a inclusão de vertentes como a parte social e a integração de pessoas com deficiência na agricultura”, refere André Fontes.
No futuro, pretende-se “continuar o trabalho de apoio aos produtores não só dentro do concelho como para fora”.
Mais informações em www.facebook.com/arouca.agricola

Jovem Empresário Rural
Vencedor: Igor Fernandes, Phytoalgae
Igor Fernandes foi escolhido pelo júri como o Jovem Empresário Rural deste ano, pelo projeto Phytoalgae. Neste caso, a ideia passa por assegurar o reaproveitamento dos resíduos agroindustriais, direcionando-os para a produção biológica de microalgas endémicas da Região Autónoma da Madeira. A meta final é a produção de biomoléculas essenciais para a saúde humana. Depois de produzida a biomassa das algas, “esta poderá ser vendida em bruto ou integrar subprodutos das indústrias cosmética e farmacêutica”.
Igor Fernandes acredita que este prémio “vai ajudar a nível do reconhecimento” na área em que está a trabalhar e “dar a conhecer os produtos que não são muito usados e, por vezes, demoram a entrar no mercado”.
No futuro, pretende-se apostar na produção em larga escala e introduzir o produto no mercado do Norte da Europa, “onde o interesse pela sua utilização é muito mais elevado”.
Mais informações em http://phytoalgae.pt/

Distinção Born from Knowledge – BfK Award
Vencedor: ChestWine
A distinção BfK nasce de uma parceria estabelecida entre o Crédito Agrícola e a Agência Nacional de Inovação e vai já na sua terceira edição. Este ano, o cheque de cinco mil euros foi entregue por António Bob Santos, administrador da ANI, ao projeto ChestWine do Instituto Politécnico de Bragança.